quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ATÉ QUE ENFIM, VAMOS AFINAR A VIOLA...

Muito se fala sobre afinações alternativas, confesso que não me lembro onde surgiu. Uns falam que aqueles nativos surfistas do Havaí que inventaram, outros dizem que foram nossos amigos caçadores de leão lá na África e tem gente que acredita que foram nossos amigos colhedores de algodão lá no Delta Mississippi. Realmente pouco interessa, agradeço a quem me ensinou e a quem ainda me ensina a usá-lo.
As afinações mais comuns de que se tem notícia são em “G” e em “D”, lógico que existem outras afinações cabeludas, porém a partir do momento que você se habitua a usar uma delas, o estudo de uma outra afinação fica mais fácil de assimilar.

Vamos começar com a “open G” (D G D G B D), partindo do princípio que sua guitarra esta com afinação padrão (E A D G B E), é só baixar 1 tom na 1ª corda, 1 tom na 5ª e 1 tom na 6ª, pronto, toque todas as cordas soltas, o som de “G” lhe parece familiar?.

Dedilhado...
Legal, mas antes de botar pra quebrar com seu slide, vamos fazer alguns exercícios importantes com a mão direita (aquela que escreve).
Quem estudou violão clássico terá mais facilidade em executar o exercício, pois acredito que já o tenha feito em algum momento de seus estudos.
A base de todo dedilhado é o desenvolvimento de independência de movimentos entre o polegar e os demais dedos da mão direita. Existem vários tipos avançados de dedilhado, mas aqui explicarei apenas os mais simples e mais usados, que consistem em tocar os bordões (as cordas 6ª, 5ª e 4ª) com o polegar e cada um dos dedos restantes (com exceção do dedo mínimo, que é raramente usado) tocar uma corda, o indicador toca a 3ª, o médio a 2ª e o anular a 1ª. Dependendo da situação, e se houver necessidade, o indicador pode tocar a 4ª, o médio a 3ª, o anelar a 2ª.
A posição da mão deve ser sempre confortável, sendo mais indicada a posição de concha (dedos apoiados sobre as cordas de maneira que não entrem muito entre elas).

Temos então o dedo polegar = P, indicador = i, médio = me, anelar = a, e mínimo = mi, essa nomenclatura nos ajuda a escrever um dedilhado, por exemplo:

P
i
me
a

Quando, por exemplo, tivermos duas ou mais letras juntas, as cordas devem ser tocadas simultaneamente.
P
i - me - a
P
i
me - a
i

O que vamos fazer nada mais é do que uma valsa, o exercício menos complicado do dedilhado, “P” na 6ª corda, “i” na 3ª, “me” na 2ª e “a” na 1ª corda, então fica assim:

P
i - me - a
i - me - a

P
i - me - a
i - me - a

Outro exercício que vai ser útil lá na frente, “P” na 6ª corda, “i” na 3ª, “me” na 2ª e “a” na 1ª corda:
P
i
me - a
i

P
i
me - a
i

Depois que estiver mais a vontade com esse “jeitão” de tocar, ouça de novo aqueles discos ou Cds de blues de Elmore James, Son House, Robert Johnson e Charlie Patton. Agora não parece tão impossível tocar a melodia e solar ao mesmo tempo, certo? O que quero dizer é que agora está mais fácil de compreender COMO eles faziam, só resta agora trabalhar pela independência de seus dedos.

Outro segredo de Jedi bastante bacana é o uso da palheta junto com essa técnica de dedilhado, lógico que esse exercício que vou passar é pra ser feito depois que se tiver um certo domínio no dedilhado. Aconselho a trabalhar isso apenas depois que os outros dedilhados estejam realmente “embaixo da mão” (dominados).

Vamos chamar a palheta de “Pi”, chamo assim porque os dedos Polegar e indicador seguram a palheta, nos deixando com os seguintes dedos: Pi, me, a e mi.
Lá vai o bicho, “Pi” na 6ª corda, “me” na 3ª, “a” na 2ª e “mi” na 1ª corda:

Pi
me
a -mi
me

Pi
me
a -mi
me


Blues Classic...
Ok, já passamos a arrebentação, agora é só nadar, todos nós sabemos que um blues clássico é formado por I – IV – V graus dispostos em 12 compassos da seguinte maneira:

/ I / I / I / I /
/ IV / IV / I / I /
/ V / IV / I / I /


Já sabemos que vamos trabalhar com a afinação de “G” e também sabemos que vamos dedilhar as cordas. Você acha que já está pronto para um encontro com o Tinhoso a meia noite num cruzamento qualquer? Nada disso, vamos trabalhar o básico:

Observe que com as cordas soltas = I grau e com o slide na 1ª oitava (12º traste) = I grau, pois é onde soa a nota “G”.
O mesmo acontece com o nosso IV grau que será um “C”, vá ao 5º. ou ao 17º traste e lá está o danado.
Já o V grau, que é o “D”, está no 7º. Traste e também no 19º. então temos:


I grau = corda solta ou 12º. traste
IV grau = 5º. ou 17º. traste
V grau = 7º. ou 19º. Traste


Use o dedilhado conforme o nosso 1º exercício (valsa) e execute o blues clássico (12 compassos), ficará assim:

Mão esquerda
/ I / I / I / I /
/ IV / IV / I / I /
/ V / IV / I / I /


+

Mão direita
P
i - me - a
i - me - a

P
i - me - a
i - me - a


Utilize slide ascendente para executar o 4º e o 5º graus e descendente do 5º ao 4º, o próximo passo é finalizar seus movimentos com um vibrato.
Agora que a idéia de tocar com o slide está ficando mais clara, alterne com as oitavas, quero dizer: hora toque o I grau com cordas soltas, hora no 12º. traste isso dá um efeito legal. Você também pode sair do 12º. traste e ascender até o 17º. onde se encontra a 1ª oitava do IV grau,experimente.

Gravei um exemplo bem simples e bem tosco, mas serve como referência...
Ex: Clique aqui


Na próxima postagem vamos abordar as frases no slide...
Abraços
Marceleza

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

AINDA SOBRE AFINAÇÃO PADRÃO...

Provavelmente esta seja minha última postagem sobre slide guitar em afinação padrão, digo isso porque acredito que o uso do slide nesta afinação pode deixar o guitarrista muito limitado. Não que acredite que você não possa ser o futuro Duane Allman, que explorava muito bem o uso do slide nesta afinação.
Então porque este tal Marcelo postou até agora o uso do slide na afinação padrão? É que eu acho muito mais fácil, para quem nunca entrou de cabeça no slide, começar por ai. Sem contar que é importante saber o que está fazendo quando rolar aquela canja e te jogarem uma guitarra com afinação padrão na mão, e também podemos precisar disso para tocar aquela do Allman Brothers.

Imagino que quem está lendo este blog tenha noções de intervalos e acordes no uso da guitarra digitada, então vou simplificar em um exercício alguns intervalos com acordes maiores e menores, que podem melhorar a sua visão.


Teste em casa o uso destes acordes, sem esquecer que é mais confortável o uso de seus dedos em vez de palheta, pois estou partindo do princípio de que o guitarrista ainda não usa a “palhetada” somada ao uso do dedilhado. Treine os vibratos, slides ascendentes, descendentes e slides até um acorde específico, quanto maior domínio se conseguir neste exercício, mais fácil será quando usarmos as afinações abertas.

Bom estudo
Abralhos

Estou acabando a próxima matéria, onde começamos a estudar as afinações abertas.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

VAMOS FALAR DE TIMBRE?


Você reconhece um guitarrista (quase todos) quando vê um cara que nunca está satisfeito com o tal timbre - mesmo que ele tenha aquele que você sonha - sempre estará insatisfeito.

Na realidade essa busca pelo timbre pode ser comparada com a sua vida, seu salário, seu carro, sua casa, etc., “quanto mais você tem, mais você quer”, e isso tem um lado positivo, você sempre acaba melhorando o que já tava bom.

Como o tal timbre é uma coisa muito pessoal, o que pode soar bom pra mim, pra você pode ser um lixo, mas no slide guitar temos uma vantagem, o som fica muito bom com distorção; o som fica muito bom limpo; o som fica muito bom com delay; o som fica muito bom seco; o som fica muito bom agudo, grave; o som fica muito bom num amplificador transistorizado, num valvulado; o som fica muito bom com uma guitarra com o braço empenado; captadores chineses, japoneses, indianos, brasileiros; quero dizer que com qualquer produto duvidoso você se diverte e não faz feio, but, se querem um resultado melhor, use amplificadores valvulados no talo, pedais analógicos e fujam de guitarras que não soam bem (plugue direto em qualquer amplificador, coloque tudo no 10, menos o volume, e toque verificando se o som que sai tem corpo e “sustain” ).



UM POUCO MAIS SOBRE EQUIPAMENTO...

Sei que disse que você se diverte com qualquer aparelhagem mas um equipamento razoável ajuda. Coloco aqui alguns de meus equipamentos que fui, na medida do possível, moldando à minha necessidade.

Slide...
Outra coisa muito importante, qual slide você se adaptou melhor? Vidro?Aço?Cobre?Pesado?Leve?Comprido?Curto? Pois dependendo do material que usamos, o timbre muda. Isso tudo nos leva aquela encruzilhada (familiar não?).

Vidro, porcelana, cobre, aço e latão

Se pretende realmente extrair todo o potencial do slide, recomendo ter todos, e muitos reservas também, principalmente os de vidro (estes costumam quebrar naquela hora que não deviam)

Capotraste...
Outro acessório de todo bom “slidero” é o capotraste (mais pra frente vou falar do uso dele), pois se usarmos o “capo” o timbre também muda.

Capotrastes mais comuns

Cordas...
Já falei aqui sobre espessura das cordas, esta também interfere diretamente sobre o timbre do instrumento, e essa interferência fica mais aparente quando se toca slide. Mais uma vez recomendo fazer testes, pois cada um de nós toca de uma maneira diferente. Eu acho que o bom é conciliar a afinação que você vai usar com a espessura da corda (leve em conta outros fatores como slide a ser usado e altura das cordas), use seu bom senso.

Amplificador...
Amplificador valvulado sempre é muito bom, mas não desanime se você tem um Fusca e o vizinho tem uma Ferrari, depois que se adquire um certo fraseado, ele soara tão bem quanto o tocado num amplificador top de linha, lógico, guardadas as devidas proporções. Resumindo, se tivermos um valvulado é melhor, claro.


Amps valvulados

Guitarra...
Reserve uma guitarra apenas para o slide, é mais fácil trocar de guitarra do que ficar afinando ela no meio de um show, sem contar que é sempre bom estar com um instrumento ajustado e regulado para o calibre de cordas que você esteja usando.A marca e o modelo vão de acordo com o bolso e com o som que você mais gosta.



Strato com single coils

Caso você não tenha condições ou simplesmente não quer dispor de outro instrumento para o slide, existe uma outra forma, um pouco mais limitada que funciona. A um tempo atrás li em uma entrevista do grande guitarrista Big Gilson que na época ele usava de um artifício muito bacana: baixar 1 tom a corda mizinha, fazendo isso a afinação da guitarra fica hibrida, (E-A-D-G-B-d). Pois é, as 4 primeiras cordas ficam na afinação Open G (D-G-B-d) ao mesmo tempo que as outras estão na afinação standard. Grande sacada de Jedi, só temos que agradecer ao Big.

Pedais e afins...
Mais um negócio muito particular de cada um. Como sou defensor dos pedaizinhos, eu uso mesmo porque simplesmente gosto, distorção, middle buster, wha wha, na verdade tá valendo qualquer coisa, afinal de contas o músico tá aí pra copiar, assimilar e CRIAR coisas e sons novos.

Volume, texas ranger, screaming blues, JH wha e TS-9 (808)

Cabos …
Quase ninguém liga pra isso mas é um item muito importante e que merece sua atenção para não atrapalhar sua apresentação. Diria que os cabos estão pra guitarra como sua cueca pra você, imagina sair com um baita mulherão e na hora “H” tua cueca tá furada, pois é, nada mais desagradável que aquele barulho de mal contato no seu show. Procure juntar um tutu e embarcar nos melhores cabos que o nosso real puder comprar, vale a pena.



É isso aí, espero ter ajudado.

Abralhos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Fazer em vez de Falar...

Mudei o Blog para um endereço melhor, isso graças aos comentários de meus amigos guitarreiros que manjam mais de internet que eu, agora ficou mais fácil e rápido as postagens que faço aqui. Novamente insisto para que vocês critiquem ou opinem sobre este blog, para que eu possa melhorá-lo. Bem, vamos ao que interessa....Slide...........

Para quem nunca viu e/ou tocou uma guitarra utilizando o slide e chegou até aqui, podemos dizer que este o 3º encontro, portanto vamos meter a mão.

Preparei alguns exercícios bem básicos que vão facilitar a vida lá na frente. Juntei 5 efeitos importantes do nosso estilo para praticarmos, o “sliding up” (slide ascendente), o “sliding down” (slide descendente), o “sliding down to a specific note” (slide descendente até uma nota específica), o “no sliding” (rsrsrsrs, faça a nota com o slide na corda por favor) e o danado do “VIBRATO”.

Olha o exercício ai em baixo:

Vamos usar a afinação padrão do instrumento, depois estudaremos outras afinações.

No momento o importante é aprender outras técnicas, com o exercício ai em cima nas mãos vamos dissecar essas 5 partes.

Ah, quase ia esquecendo, vamos aposentar a palheta e usar os dedos por enquanto.

1-Sliding up ou ascendente: No nosso caso ai, o slide deve tocar a 3º traste e ir de encontro ao 5º traste, fácil não?
Pois é, só que só toque a corda depois que você posicionou o slide na 3ª e deslize o slide até a 5ª, sem pressa, e sem esquecer que o slide deve estar o mais vertical possível.

2-Sliding down ou descendente: Interpretando nosso exercício, vamos começar com o slide no 5º traste, tocar a corda e deslizar o bicho até que a nota pare de soar sem que uma nota específica seja alcançada.

3- Sliding down to a specific note: Agora sim, temos um destino, vamos posicionar o slide no 4º traste, tocar a corda e trazê-lo ao 2º traste.



4-No Sliding: Pode parecer ridículo eu ter postado este exercício, no início eu também achava ridículo mas, fazendo as notas com o slide como se você estivesse digitando as cordas, vai te ajudar a sair de vários sufocos quando tiver que fazer um riff no slide e logo após outro na escala digitada. Simplesmente não dá tempo, portanto se fizer com o próprio slide, te facilita a vida. Já vou avisando, faça bastante este exercício até que a nota digitada soe igual a quando tocada com o slide.

5- VIBRATO: Maiúsculo mesmo, friso bem porque considero a alma do slide, “de que vale tudo isso se você não está aqui”, essa é a frase que se bota na cabeça quando formos usar o tal pedaço de vidro, aço, cobre ou seja lá o que for, na guitarra. De que adianta aprender as afinações, saber os intervalos, ser rápido, se não se faz o tal do vibrato, ele é o cara que finaliza o que você está dizendo, portanto, se você quer que sua guitarra converse ou grite com alguém ou com você mesmo, treine isso até o dedo ficar roxo.

Presentinho do tio:
Coloco aqui um CD e uma Partitura do ERIC SARDINAS somente pra estudo:

CD Eric Sardinas – Treat Me Right:
http://www.crackerblues.com/guitar/Eric Sardinas - Treat Me Right.rar

Partitura da música Down in The Bottom:
http://www.crackerblues.com/guitar/Down in The Bottom.rar

Forum de Slide que achei esta semana:
http://www.bigroadblues.com/forum/index.php

Próxima postagem que eu fizer sobre exercícios, tentarei gravar alguns exemplos para melhor assimilação.

Abralhos.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Em qual dedo coloco meu Slide????



Taí uma pergunta simples, mas muito importante. Infelizmente ou felizmente (sei lá) não há regras quanto ao dedo certo que você deve utilizá-lo, existem artistas que utilizam no "pai de todos" (dedo médio), outros como eu que usa no "seu vizinho" (anelar) e também os que usam no mindinho (mínimo). Depois que eu fui me aprofundando no estudo do slide guitar, fui descobrindo que a melhor posição a ser utilizada é, sem dúvida, no dedo mindinho, pois você verá que vai precisar dos outros dedos livres, tanto para a digitação atrás do slide (técnica que pretendo mostrar aqui mais pra frente), como para abafar as cordas que não serão usadas.

Portanto é recomendável que você se acostume a usá-lo no dedo mínimo para facilitar a execução de técnicas futuras relacionadas ao slide.

O que fazer com o tal slide?

Já falei algo sobre slide (do som, do que é feito etc.), dicas para seu instrumento, algumas afinações. Falei algo rápido sobre a "mão boba" e a "mão que escreve" e também relacionei alguns artistas aqui para que se possa "sugar" alguns links e levadas.
Agora gostaria de aprofundar um pouco mais e falar efetivamente em tocar, pois é pra isso que estamos aqui (pode ser que eu volte a falar neste ou em outro tópico já comentado, lembre-se, eu também estou aprendendo novas técnicas).

Vamos começar pela mão mais fácil que é a mão boba, onde fica o slide. Se observar o braço da guitarra ou do violão enquanto pressiona a corda contra o traste notara que a corda se apóia nele e ai você dedilha a corda e a magia do som aparece. No slide não é diferente, com exceção de uma coisa, a corda não encosta no traste. Como? E ai? Simples, pense que o slide é o traste, deduzimos então que para sair o som correto, o slide tem de estar mais ou menos (falo mais ou menos, pois não é pra ser milimétricamente em cima do traste) em cima do traste e não entre eles como é feito na guitarra digitada.
Neste primeiro momento você tocará com o slide na posição mais vertical possível, depois veremos como utilizar o slide com inclinação.

1º Passo
Vamos deixar a guitarra com a afinação padrão (E-A-D-G-B-E) e tentar soar todas as notas do campo harmônico maior usando a primeira corda, sua "mizinha" (E-F-G-A-B-C-D-E). Lembre-se que o slide tem de ficar sobre o traste.
No primeiro momento você notará que outras cordas estão soando junto, não se incomode agora, o objetivo deste exercício é se habituar ao som produzindo, o peso do slide nas cordas e a pressão certa que se tem de fazer.
Ex:
2º Passo
O próximo passo agora é intercalar uma nota solta (E) com as notas do campo harmônico maior (nota solta; nota; nota solta; nota, etc.), só que é necessário que você utilize a palma da sua mão direita e os dedos que ficam atrás do slide para abafar as outras cordas que não devem soar, para isso, basta repousa-los nas cordas, sem muita pressão.
Ex:

3º Passo
Vibrato. Esse sem dúvida é o efeito mais usado no slide, seja no slide-guitar no country ou rural, é esse efeito que deixa o som do instrumento parecido com a voz, para isso balançamos o slide de um lado para o outro na horizontal em uma pequena variação constante.
Vamos lá, imaginando que você já está bem familiarizado com o som que o slide produz no braço do instrumento (1º Passo) e que esse som está saindo "limpo" sem que outras notas indesejadas estejam soando (2º Passo), é a hora de se fazer o vibrato.
Vamos pegar a nossa "mizinha" e mandar uma oitava acima (12ª casa). O movimento até a 1ª oitava tem que estar casado com o movimento horizontal que você fará com o slide, quero dizer que, se você trouxer o slide rápido para a 1ª oitava, deverá fazer um vibrato rápido.
Lógico que isso não é uma regra, eu mesmo não sigo a risca, mas é importante ter o controle do slide e isso funciona.
Preste atenção no som do slide com vibrato quando você chega na 1ª oitava, faça variações na velocidade, teste sons, isso será o seu alicerce.

Em breve irei introduzir mais alguns exercícios aqui...Abraços

Como economizar uma boa grana...

Resolvi postar aqui como economizar uma boa grana fabricando sua propria caixa para amplificador, sei que sai um pouco do objetivo do blog que é apenas falar sobre slide porém, achei interessante publicar aqui esse pojeto, pois muita gente me pergunta como é que se faz. Tudo começou quando fui cotar o preço das caixas 2 x 12' e 4 x 12' para o meu cabeçote Duovox, o melhor orçamento que tive foi de aproximadamente R$800,00 (2 x 12') e R$1.200,00 (4 x 12'), bem, achei meio puxado para o meu bolso.

Peguei as medidas de uma caixa 2 x 12' na internet, achei melhor esta configuração pois tinha em casa um alto-falante Eminence. Fui ao Brás para comprar a madeira, lá você já sai com ela cortada na medida solicitada ao custo de R$1,50 o corte (prático não?).

Material Recomendado:
*1 folha de compensado naval 18 mm = R$102,00 medida 2,20 X 1,60 (Jamal Rua do Gasômetro, 455);
*Cola de madeira R$15,00;
*Parafusos (para madeira)+/- R$10,00 caixa;
*Cola de Sapateiro R$17,00;
*Courvim R$120,00
*Rodinhas (paguei caro R$8,00 cada)
*Lata de Tinta Spray Preto R$12,00

Ferramentas:
*Martelo
*Chave de fenda
*Pincel
*Grampeador
*Cerveja

Custo total da caixa:
Compensado 102,00
Cortes 10,00
Cola madeira 15,00
Parafusos 10,00
Cola Sapateiro 17,00
Courvim 120,00
Rodinhas 32,00
Spray 12,00

TOTAL R$318,00*

*Falta o alto-falante

Em comparação aos R$800,00 iniciais, fica muito mais em conta, basta ter um pouco de paciência e meter as caras que não é impossível a execução deste projeto.

Algumas fotos do Projeto e da construção:

Link: http://www.crackerblues.com/guitar/caixa/projeto.htm

Que som é esse???

Não sou nenhum expert no slide, pra falar a verdade não me recordo muito bem de nomes, nem marcas das coisas, nem datas importantes mas espero contribuir com o que vou escrever a respeito desta técnica a qual sou apaixonado. Na época em que estudava música com mais freqüência não havia, ou pelo menos eu desconhecia, alguém que pudesse ensinar essa técnica. Portanto passei a utilizar a forma mais difícil de aprendizado: a tentativa e erro. Lógico que se demora dez vezes mais para adquirir alguma evolução. Na realidade faço isso até hoje: no momento estou estudando muito um cara chamado Eric Sardinas, pois ele mistura o country blues e o blues moderno com aquela pitada de rock, o que eu acho interessante. O que você vai ler aqui é muito básico mas ao mesmo tempo é muito importante, logicamente tentarei postar mais sobre as técnicas no slide (assim que eu aprenda também rsrsrs)

Que som é esse?

Slide
O slide ou o bottleneck é um método ou uma técnica particular para tocar a guitarra e obter um som característico (lógico rsrsrs). O nome ou termo se refere ao movimento deslizante do slide de encontro às cordas. Quanto ao tipo de material do slide, existem varias opções sendo que o mais comum e tradicional são as gargalos dos frascos de vidro (por experiência os melhores são as de garrafas de vinho). O termo “guitarra bottleneck” deriva-se deste.

Dentre outros materiais que são utilizados na confecção do slide temos o cobre, o aço e a cerâmica vitrificada. Logicamente existem outras formas de se conseguir o som do slide com outros objetos como um canivete ou uma faca, um copo de cachaça, uma barra de aço qualquer e até com um isqueiro.

Na realidade não podemos esquecer que esta técnica foi criada por pessoas que não tinham instrumentos bons e geralmente não tinham muito estudo sobre eles.

O instrumento
Os instrumentos mais populares utilizados para a prática do slide blues, sem dúvida, são os violões comuns com cordas de aço (flat tops), depois os resonators (single-cone, tri-cone). Existem também os instrumentos menos comuns para o blues como o Weissenborn (Ben Harper) e logicamente, a guitarra. Hoje em dia existem até guitarras reso (guitarra com cone de resonator) como as utilizadas por Eric Sardinas por exemplo. Na realidade não há regras para o instrumento, apenas algumas manhas para facilitar a vida de quem está tocando.

Algumas dicas
Já que estou falando do instrumento, posso escrever aqui o que facilita a minha vida, isso não quer dizer que funcione pra você, pois cada um de nós regula o instrumento conforme a sua comodidade. De qualquer maneira vamos lá:


1- Altura das cordas: Eu acho importante o instrumento estar com as cordas altas para evitar o contato do slide com o traste e também para facilitar a técnica do abafar cordas.

2- Espessura das cordas: Realizei um monte de testes com vários jogos de cordas e várias afinações e logicamente um jogo de cordas de calibre generoso (0.13 por ex) soa melhor que um jogo de cordas fininho (0.09 foi o menor que utilizei). Na verdade eu sempre toquei guitarra e violão com cordas de pedreiro e o que estou fazendo no momento é utilizar um jogo de cordas 0.11, sendo que utilizo duas cordas Si e guardo a Mizinha que sobrou, ai fico com 0.49/0.38/0.28/0.18/0.14/0.14.

3- Afinações: Existem várias afinações: entre elas está a padrão para se trabalhar o slide. O que mais utilizo sem dúvida é a afinação open G => D G D G B D e a open D => D A D F# A D.

Existem outras afinações que ainda estou experimentando, mas, basicamente com essas duas aí a gente já consegue muito cabelo branco.

Agora que temos tudo ajustado, ou quase, resta executar o slide em si, a primeira vista vai parecer extremamente difícil, sem controle, o som não vai aparecer como se imagina, porém, isso não é motivo para desespero, lembre-se que ninguém nasce sabendo muito menos o slide. O negócio é ter paciência.

Antes de tudo imagino aqui que a pessoa que está lendo gosta de algum "slideiro" seja ele das antigas como o Son House; seja country blues como Big Bill Broonzy (muito difícil) ou contemporâneos como Warren Haynes, Eric Sardinas, Ron Hacker etc.


Mão esquerda (mão boba)
O mais importante no começo é você "limpar a mão", quero dizer que você tem que tocar exatamente a nota que lhe interessa. Para isso você pode abafar as cordas indesejadas com um dedo atrás do slide e também com parte de sua mão direita. O slide deve ser posicionado primeiramente na vertical, evitando a inclinação deste, pois no começo é importante você ter o controle da precisão da nota. Ouça muito seus cantores e conjuntos preferidos, isso vai ajudar a criar uma biblioteca de links e frases.

Não coloque barreiras no que você toca, às vezes se tem um som na cabeça e na hora de aplicar sai um outro, preste bem a atenção no que nesse som, pode ser útil mais tarde. Nunca se pode perder a essência da música, da criação, saber executar uma determinada canção é importante porém ser um escravo da técnica é um desperdício, senão você vai apenas se tornar um robô musical (compra um ipod pô).

Toque, toque, toque, toque até que alguém reclame "só sabe toca isso pô?", quanto mais familiarizado com o som do slide você tiver, mais fácil conseguira tocar aquele som que tanto gosta.

Não se preocupe com as “trocentas” notas por segundo que determinado artista esta fazendo, se preocupe primeiro com o que ele esta fazendo, entenda o que ele diz pra que você possa fazer no futuro. Lembre-se: velocidade é questão de treino, portanto você sabe como adquiri-la, já aquele vibrato com o slide ou um bend atrás do slide é muito mais difícil.


Mão direita (mão que escreve)
Pois é, aqui é que começa a estrada de chão, na minha opinião é essa a mão mais importante, é ela que vai botar o grove. O ideal de um slide guitar é fazer a base e o solo ao mesmo tempo, ai pergunto: como?

Se você prestar atenção nas gravações antigas, verá que os músicos de slide utilizam muito o dedilhado, fazendo soar apenas as notas que são necessárias. O ideal na verdade é conquistar uma independência dos seus dedos (muito difícil) para ai sim você conseguir fazer a base e dedilhar ao mesmo tempo, mais uma vez eu digo que quanto mais você praticar mais rápido conseguirá essa independência.

Alguns Artistas como referência:

The Allman Brother Band - Live At The Fillmore East

Ry Cooder - Boomers Story

Eric Sardinas - Black Pearls

Eric Sardinas - Treat Me Right (prefiro este)

The Allman Brothers Band - Hittin' The Note

Derek Trucks - Derek Trucks

Fleetwood Mac - Peter Green's Fleetwood Mac

Johnny Winter - Second Winter

Derek And The Dominos - Layla And Other Assorted Love Songs

Muddy Waters - His Best 1947 To 1955

Elmore James - The Sky Is Crying: The History Of Elmore James

Son House - The Original Delta Blues

Robert Johnson - The Complete Recordings

Charlie Patton - The Best Of

Irish Tour - Rory Gallagher

Assim que puder tentarei publicar mais sobre o slide. Valeu.